Professor Fábio Cantizano
Prof. Esp. Fábio Cantizano – UNICONFIT – CREF: 16603-G/RJ

O exercício físico é uma das ferramentas mais eficazes para melhorar da saúde e a qualidade de vida. Ouso dizer que é a mais eficaz, inclusive para portadores de doenças não transmissíveis.

Com o exercício físico frequente é possível se livrar de medicamentos que antes eram vistos como eternos, além da conquista da autonomia que é severamente prejudicada pelo sedentarismo.

Marcos Tadeu, empresário e profissional de educação física que promove eventos educacionais no mercado fitness, alerta profissionais da área e empresários para uma situação grave: A falta de percepção e de conhecimento de alguns profissionais da saúde sobre como o exercício físico pode curar ou retardar males provocados por doenças.

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Sobre generalizar

Não podemos generalizar, no entanto, alguns médicos não têm conhecimento sobre exercícios físicos e seus reais benefícios, como dito por Marcos Tadeu. Hoje temos muitos profissionais que recomendam a prática, mostrando total compromisso com a saúde e não com a indústria farmacêutica.

Muitos médicos deixam de recomendar a prática de exercícios por não saberem qual delas indicar. A questão é simples: Se entende a importância do exercício físico, mas não sabe qual a melhor atividade para indicar, recomende que o paciente converse com um profissional de educação física. Estes são os mais preparados para falar sobre o assunto, inclusive se a pessoa tiver alguma doença.

Um bom avanço

Muitos médicos já estão estudando por conta própria ou através de cursos de extensão e de pós-graduação em medicina do esporte, embora a experiência de campo seja fundamental para avaliar cada caso e recomendar a melhor prática.

Conflitos entre médicos e profissionais de educação física mais experientes são comuns no cenário, embora a ciência deva ser a base do discurso, não o título da profissão. A habilitação (do ponto de vista legal) para prescrição de exercícios é do profissional de educação física.

Acreditar no médico e não no profissional de educação física por conta do prestígio da profissão não é a melhor decisão. É a ciência que manda! Não há espaço para vaidades ou guerrinhas de conhecimento. O debate deve ser baseado em ciência, como sempre.

A saia justa mais comum nas academias

Diversas vezes me encontrei em situações de desconfiança por parte do cliente de academia por conta de recomendações médicas sem base científica. Já fui criticado, inclusive, pelo simples fato de discordar de um MÉDICO, como se ele fosse a maior autoridade na área da saúde.

A saúde é composta por diversas subáreas, cada uma delas com sua formação e habilitação. O profissional de educação física tem o dever de buscar e entender todas as informações dadas pelo médico para sugerir a prática mais segura, ou seja, cada um em sua função.

Por mais que a medicina seja a profissão “mãe” da área da saúde, hoje temos subáreas extremamente preparadas para conduzir o processo de melhoria da saúde da população com atuação conjunta. “Cada um no seu quadrado”.

Pode não parecer, mas o fato dos uniformes serem diferentes pesa muito (Short e Camiseta x Jaleco Branco). Mesmo que um profissional de educação física esteja certo e o médico equivocado, o esforço do profissional de educação física para provar seu ponto de vista é muito maior ao discursar e recomendar, enquanto médicos precisam apenas “falar” para o paciente acreditar.

Oportunidades disfarçadas

Este cenário, embora desagradável, é uma excelente oportunidade para o profissional de educação física provar seu valor, mesmo a classe atuando quase que de forma exclusiva na saúde preventiva, saúde esta muitas vezes deixada de lado pela população que tem como característica alocar recursos apenas na saúde emergencial.

Sugestões:

#1 – Jamais discuta com médicos e demais profissionais da saúde sobre quem está certo e quem está errado. Sempre haverá alguém que sabe menos e é fundamental que este esteja aberto ao conhecimento de quem o domina. Somente profissionais realmente comprometidos com a saúde da população serão capazes de entender. Embase seu discurso com ciência de verdade;

#2 – Concordando ou não, indicando ou não, não há discussão, o exercício físico traz benefícios imensuráveis para saúde e qualidade de vida, inclusive para portadores de doenças não transmissíveis como obesidade, diabetes, cardiopatias, demência, entre diversas outras.

Exercício físico é tratamento! Se um profissional da saúde prescreve tratamento para doenças, certamente deverá considerar a prática de exercícios para acelerar o processo e manter as conquistas. Sendo assim, independente da subárea da saúde que atua, deverá buscar conhecimento sobre esta poderosa ferramenta que é o exercício físico, indicando o profissional qualificado.

#3 – A ciência avança com uma velocidade tão grande que já há estudos com objetivo de apresentar os benefícios do treinamento de força em crianças portadoras do TEA (autismo). Percebe agora o impacto do exercício físico na humanidade? Se você é atendido por um médico ou qualquer outro profissional da saúde que não leve em consideração a necessidade de praticar exercícios físicos, é possível que o compromisso dele não seja com a sua saúde ou não haja conhecimento científico. Procure outro profissional urgentemente.

#4 – Vale listar comportamentos e práticas do profissional de educação física que não contribuem para a valorização da classe, com objetivo de planejar mudanças para melhoria da percepção do consumidor. Acredite, tem muita gente que já percebeu os benefícios da prática de exercícios e que praticam sem a orientação de um profissional. Valorizar a prática de exercícios sem dar a devida importância ao aconselhamento profissional pode ser mais grave do que imaginamos.

A desconfiança

É claro que muitos profissionais de educação física não passam confiança ou não são competentes. Isso acontece em qualquer profissão, no entanto, não quer dizer que excelentes profissionais estejam extintos ou indisponíveis para atender a população.

Um médico que desconhece a importância do exercício físico na saúde e na redução de medicamentos gera mais impacto negativo na sociedade do que um profissional de educação física incompetente.

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