Essa semana foi recheada de conteúdos de entretenimento sobre o término do relacionamento entre a influenciadora Gracyanne Barbosa e o Cantor Belo. As mídias tradicionais apontam o personal trainer de Gracyanne como possível motivo.

Mesmo a influenciadora publicando em suas redes sociais diversos fatores que influenciaram o término, o “atendimento personalizado” do profissional foi a pólvora para criação de milhares de conteúdos pejorativos em diversos canais digitais.

Conteúdos de entretenimento engajam, mas nem sempre vendem mais. O perigo está na percepção de valor da marca. Aquilo que é engraçado e pertinente hoje, gera valor proporcional ao profissional, profissão e negócios.

Exemplos que vi:

1 – Namorados e maridos gravando vídeos vigiando de longe a atuação do personal trainer que orienta a esposa ou namorada. Por mais que estejam usando a adversidade ocorrida com o casal de celebridades, estes não parecem se preocupar com o valor da marca do profissional. Eles desejam visualizações e likes. Até aí, nenhum problema, pois não são profissionais de educação física.

O que realmente me preocupa é a quantidade de conteúdos publicados por personal trainers “se aproveitando da situação”, desvalorizando a própria atuação.

2 – Personal trainers de diversas regiões do Brasil gravaram vídeos orientando suas clientes utilizando bastões para correção de posturas e execuções. Os bastões eram para manter distância (evitar toque manual), como se eles não oferecessem perigo para os maridos que estavam por perto vigiando a atuação do profissional.

Sim, foi engraçado, mas o que gerou de valor para a profissão e para o profissional?

Lembre-se, toda brincadeira tem um fundo de verdade! Será que outros médicos fariam o mesmo, caso tivesse acontecido com o ginecologista dela? Creio que não, inclusive por questões éticas. Somos profissionais da saúde também, correto?

3 – Uma personal trainer gravou um vídeo com legenda do tipo: “maridos que desejam segurança contratam personal trainers mulheres para suas esposas”, atestando o ponto de vista dela sobre o caráter da profissão, depreciando seus colegas do sexo masculino, ao meu ver.

O que deveria ser feito nesse momento?

Conteúdos que defendem a dignidade da profissão e forma de atuação (personal training). A situação ocorreu (ou não) por serem humanos, independente de profissão. O problema é que a profissão nos torna próximos dos clientes que muitas vezes nos tratam como confidentes.

Nada de errado em sermos próximos, porém somos profissionais da saúde e devemos zelar pela imagem.

Não discuto aqui a possibilidade de surgir um relacionamento entre um professor e uma cliente da academia, discuto e me preocupo com a quantidade de conteúdos que depreciam a atuação do profissional com base nos sentimentos de 2 pessoas, sendo elas celebridades ou não.

Leveza…

Por mais que a gente tenha mais leveza na interação, já que não estamos em hospitais e clínicas, isso não significa que a gente não tenha que tratar a situação com seriedade.

Lembre-se mais uma vez: Toda brincadeira tem fundo de verdade. Não desacredite na ideia de todo esse turbilhão “não gerar” desconfianças nas mentes dos maridos.

Somos profissionais da saúde, mas nosso valor, seja ele moral ou financeiro, está no mesmo patamar do respeito que a sociedade tem por nós.

E aí, está satisfeito com o valor que recebe da sociedade? Cabe reflexão!