Professor Fábio Cantizano
Prof. Esp. Fábio Cantizano – UNICONFIT – CREF: 16603-G/RJ

Este é um artigo excelente para profissionais da linha de frente, assim como para gestores que desejam entender um pouco mais sobre o que estabelecer como padrão de atendimento em salas de musculação.

A excelência no atendimento ao cliente está muito além de cumprimentar e oferecer ajuda, tem ligação direta com a segurança e eficácia do treinamento.

Por mais que as pessoas busquem um ambiente seguro e confortável, o componente técnico tem seu papel, pois é ele que gera confiança tanto na modalidade quanto na academia, e também no profissional.

Vamos aprofundar um pouquinho mais? Atente-se a esses 3 fatores com toda a sua energia.

1 – Aparência na sala de musculação

Se acha que estou falando de corpo sarado e abdômen trincado, reconsidere. Por mais que um corpo saudável possa gerar uma boa primeira impressão, está longe, em pleno 2023, de ser requisito principal para sucesso em atendimento.

Antes de pensar em seu corpo como cartão de visitas, avalie:

  • Uniforme impecável, limpíssimo;
  • Calçado limpo e meias com aparência de novas, isso mesmo, novas;
  • Seus cuidados pessoais além do uniforme, como cabelo, barba, hálito, odores desagradáveis, maquiagem (não obrigatório), dentes bem cuidados, entre outros.

Muitos fatores que influenciam a aparência são resolvidos com ações simples, logo, quando você negligencia algo simples, o cliente percebe e avalia como ponto negativo.

Tenha aparência de alguém que se cuida no geral, não apenas dos músculos, afinal, estamos falando de saúde. Higiene é saúde!

2 – Organização da sala de musculação

Por mais que a ciência comprove que a modalidade é uma das que mais une benefícios para saúde e qualidade de vida, ainda sofre preconceito, inclusive de alguns profissionais da saúde.

Falar sobre musculação para crianças, adolescentes e portadores de doenças não transmissíveis ainda assusta parte da população, mesmo com tanta ciência comprovando a eficácia da modalidade. Alguns profissionais de saúde, inclusive, ainda não confiam na musculação da mesma forma que confiam no Pilates, por exemplo.

A musculação, em relação às demais modalidades:

  • É campeã de reclamações sobre atendimento;
  • Tem o ambiente mais “bagunçado” do mercado;
  • Une clientes no mesmo horário com objetivos e comportamentos completamente diferentes, o que exige normas mais objetivas de convívio;
  • Cria as mais diversas oportunidades de distração tanto de clientes quanto de profissionais.

Uma das coisas que mais motivam as pessoas a expressarem desgosto ou antipatia pela modalidade é a bagunça da sala. Além de deixar o ambiente com energia negativa, pode comprometer a segurança durante a prática.

Sempre que abordar um cliente para oferecer ajuda ou regular um equipamento, olhe em volta, repare o ambiente, atentando-se a equipamentos no meio do caminho, execuções de exercícios fora de locais recomendados, etc.

Clientes pagam, mas precisam ser educados, orientados para bom convívio…

Sala de musculação de uma academia bem bagunçada.
Como podemos passar credibilidade ao cliente, permitindo que esse tipo de comportamento seja comum em salas de musculação? Além da aparência desagradável, o risco de acidentes se torna mais evidente. imagem: TripAdvisor.

Na imagem acima você pode ver uma sala de musculação bem bagunçada, com equipamentos espalhados pelo chão, colocando em risco a segurança de todos, inclusive do bagunceiro.

Por mais que a modalidade seja vista pela ciência como uma das mais completas para saúde e qualidade de vida, dificilmente passará uma boa imagem com um ambiente nesse estado. Você jamais verá um estúdio de Pilates ou de Treinamento Funcional dessa forma, bagunçado.

O cliente de sala de musculação é o que mais necessita de intervenção sobre segurança de local. Diversas situações exigem intervenção imediata, como:

  • Halteres ou anilhas longe da área de peso livre, ao serem utilizados em exercícios conjugados;
  • Steps no meio do caminho, podendo provocar tropeços;
  • Execução de exercícios livres em área de passagem, entre outras;

A educação do cliente começa com normas bem descritas e disponíveis para quem quiser consultar. No início pode dar trabalho, no entanto, ao longo do tempo se acostumam e até mesmo passam a cobrar de colegas o bom comportamento.

Lembre-se, uma sala organizada repele clientes que não gostam de regras e atrai outros que desejam praticar musculação em ambiente agradável e organizado (são os melhores clientes, acredite).

3 – Seja CDF

Sim, seja um profissional com fama de estudioso, ou melhor, seja realmente estudioso. A musculação, como disse anteriormente, ainda é marginalizada por muitos potenciais clientes e alguns profissionais da saúde, mesmo sendo a melhor opção em termos de custo-benefício para a maioria das pessoas em diferentes faixas etárias.

A musculação é a modalidade que mais abre portas para curiosos com boa forma física se meterem no trabalho de profissionais estudiosos, mas esse tempo está com dias contados. Em modalidades coletivas ou qualquer outra que funcione com base em uma turma isso não acontece.

Ser estudioso abre portas, independente de quem você seja. Imagem: Unsplash.

Esse ambiente aparentemente “Self Service” da musculação nem sempre destaca o potencial e a autoridade do profissional. A sala de musculação é o único local da academia que o cliente entra e treina aquilo que deseja, sem ter que respeitar a prescrição dos profissionais da casa.

Já passou da hora do profissional de educação física ter um discurso mais clínico e criterioso ao longo da sua atuação em sala. As pessoas estão começando a perceber que a educação física realmente faz parte da saúde, embora a gente utilize como uniforme uma bermuda e uma camiseta.

Não utilizamos jaleco branco, sendo assim, precisamos ter um discurso cada vez mais técnico para ganhar a confiança do cliente.

Diz aí, colega

Qual sua maior deficiência em termos de atendimento ao cliente? O presente artigo tratou apenas de 3 fatores que influenciam a experiência do cliente em salas de musculação. São inúmeros!

Você gosta de materiais como este, sobre gestão da experiência do cliente na musculação e marketing para a modalidade?