Professor Fábio Cantizano
Prof. Esp. Fábio Cantizano – UNICONFIT – CREF: 16603-G/RJ

O Fisiculturismo é uma modalidade que cresce a cada ano, sendo protagonista quando o assunto é influenciar pessoas em busca da boa forma. Por mais que hajam outras modalidades em crescimento, como o Crossfit, o Fisiculturismo ainda tem mais peso no mercado.

As competições são um verdadeiro “start” no processo, mesmo quando parte dos atletas se aposenta dos palcos para atuação exclusiva como influenciadores digitais.

Nada de errado em participar de algumas competições e depois manter a boa forma através da disciplina de um bodybuilder, investindo cada vez mais no marketing de influência. Afinal, somos humanos e precisamos pagar contas, colocar comida na mesa. Sabemos que apenas uma pequena parcela dos atletas realmente consegue viver exclusivamente do esporte.

Mesmo com uma quantidade grande de protagonistas que não vivem exclusivamente do esporte, o fisiculturismo é perfeito para adquirir disciplina e potencializar o valor da marca pessoal. Muitas celebridades fitness começaram pelos palcos.

Sendo assim, listei 5 erros cometidos por fisiculturistas que realmente prejudicam o processo de valorização da marca pessoal.

1 – Não comparecer aos eventos em que não compete

Evento significa calor humano, local onde as pessoas se relacionam de coração aberto e cheio de emoções. Atleta, você é daqueles que vai apenas aos eventos do seu calendário competitivo? Se a resposta for sim, saiba que está cometendo um erro muito grave.

Comparecer aos eventos que você não vai competir é essencial para expor a marca do seu patrocinador, caso tenha um, e conhecer pessoas importantes do meio, além de estar disponível para quem deseja interagir com você.

Vá aos eventos, competindo ou não. O esporte precisa do máximo de pessoas lutando por ele e você faz parte disso. É nos eventos que boa parte dos “business” acontecem. Talvez você não perceba pelo fato de estar indo competir e não para fazer negócios.

2 – Não investir em conteúdo estratégico

Já parou para analisar a maioria dos conteúdos postados na internet sobre fisiculturismo?

Eles são:

  • Trends de novos recursos de redes sociais;
  • Estratégias de nutrição e de treinos, mas com foco em uma audiência que não compra (seus colegas, por exemplo);
  • Maior preocupação em “aparecer” do que “como aparecer”;
  • Bate boca sobre algum episódio em evento, entre outros (não ajuda em nada).

Conteúdo estratégico é aquele que colabora para o crescimento de pessoas interessadas no esporte, como você, seus fãs e os potenciais clientes de marcas que patrocinam o fisiculturismo. Isso é que gera lucratividade. O resto é apenas “views” ou “hype”.

3 – Achar que existe vida pessoal e vida de atleta

Se você é daqueles atletas que acha que há separação entre vida pessoal e vida como atleta na internet, reflita! Você é um ser humano que influencia outros humanos, logo, eles vão querer acompanhar sua rotina, seja ela no palco, treino ou no lar.

É só saber planejar aquilo que deseja expor aos que lhe seguem. Entender sobre marketing esportivo e marketing de conteúdo ajudará você a planejar a melhor forma de evidenciar sua marca nos canais digitais.

4 – Não saber lidar com provocações e adversidades

Canso de ver na internet atletas se queixando das federações ou batendo boca com outros que postaram algum tipo de provocação.

Não estou dizendo para ficarem em silêncio, aceitando cada “pancada” vinda de adversários ou invejosos, mas de rebater com profissionalismo e sem agressividade. Quando o atleta se expressa com os nervos à flor da pele, mostra sua real personalidade.

Um detalhe: As empresas que desejam associar suas marcas aos atletas não toleram comunicação e comportamento agressivo que possa influenciar potenciais clientes. Pessoas interessantes gostam de seguir pessoas interessantes.

Você pode até exemplificar atletas “fanfarrões” que têm patrocínios, mas repare que não dura muito e as marcas não são tão valiosas assim. Caso encontre um exemplo, humildemente me retratarei aqui citando o exemplo. Meu objetivo é fazer a modalidade crescer da forma correta. Você pode me ajudar nisso!

5 – Não saber se comportar na academia

Já presenciei cenas que justificam o preconceito com esse majestoso esporte, lamentavelmente.

Situação 1

Certa vez vi um atleta literalmente berrar na sala de musculação de uma academia comum de bairro a seguinte expressão: “EEEIIIII, eu estou fazendo aí…..”.

O atleta estava no bebedouro conversando com um colega, demorando uns 3 a 4 minutos. Soltou esse berro ao ver um outro cliente começando a utilizar o equipamento.

O aparelho era uma cadeira extensora e a distância era mais ou menos uns 10 metros do bebedouro. O berro poderia ter sido ouvido a uma distância de 200 metros com tranquilidade. O outro cliente da academia se assustou com a grosseria, embora a tentativa de intimidação tenha sido nula. Cito, inclusive, este exemplo em outro artigo aqui no UNICONFIT.

Situação 2

Em outra oportunidade testemunhei uma cena desnecessária em um treinão com mais de 20 atletas.

Um grupo com três atletas, sendo um deles profissional, falou em alto e bom som: “Fecha aqui que o dia é nosso e quem quiser que se adapte e espere”.

Não preciso nem dizer que a reação de quem estava na academia foi de desprezo com relação ao esporte.

O tamanho de um atleta fisiculturista assusta, querendo ou não. Ações como essas não contribuem em nada com a valorização do esporte. Caso um cliente que não se intimida com o tamanho do atleta e resolva tirar satisfações, chuta quem vai levar a pior fama: Isso mesmo, o esporte!

Como poderia ter sido?

Na primeira situação o atleta poderia se aproximar e dizer: “Boa noite, quando você terminar essa série, posso revezar com você para terminar a minha?”

Na segunda situação, os atletas certamente perceberam ao chegar os olhares ansiosos e outros assustados de pessoas que não são do esporte.

Imagine o atleta chegar para um cliente da academia e dizer:

“Bom dia, hoje viemos treinar na academia de vocês, topam treinar com a gente, cada um no seu limite? Seria um prazer para nós…”

Considerações finais

A experiência do consumidor dita o faturamento de produtos físicos e serviços relacionados ao fisiculturismo. Portanto, comece a planejar ações off e on-line para valorizar sua marca pessoal relacionada ao esporte que cresce a cada ano.

Por mais que esse crescimento carregue um pouco de hype negativo protagonizado por alguns, assim como em todos os esportes, é uma decisão sua fazer parte de algo positivo ou não.

O que você escolhe?

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